XIX Automobilia Ibérica da Moita / 2025 - Reportagem

No hiato entre o Salão Motorclássico 2025 e a Automobilia de Aveiro 2025, temos a Automobilia Ibérica da Moita 2025 e aqui fica a reportagem do evento feita pelo Rodas de Viriato.

E como somos um meio de comunicação tendencioso, para além da visão geral sobre o evento, incidimos nos veículos fabricados em Portugal, especialmente nos que têm 2 rodas, que são o prato forte da Automobilia Ibérica da Moita.

Ao percorrer os diferentes espaços continuamos a ver vendedores conhecidos, que vão mantendo o mesmo espaço físico ao longo dos anos; ao mesmo tempo que vemos alguns novos vendedores - tanto no pavilhão principal, como no pavilhão anexo.

Em termos de veículos de duas rodas com motor, a oferta continua grande e variada, havendo muito material novo e usado de marcas nacionais. Um ciclomotor Vilar com motor Cucciolo seria dos mais antigos e uma Famel XF 25 seria dos mais recentes que se podiam ver no espaço.

Em termos de artigos de colecção e de automobilia, a oferta também era grande; sendo possível comprar chapas antigas, miniaturas, comboios, catálogos, vestuário e objectos de outros tempos.

Em termos de veículos com quatro rodas e com motor, as limitações de espaço fazem com que sejam poucos, ainda assim era possível comprar uma antiga carrinha Austin que pertenceu à Santa Casa da Misericórdia de Alpedrinha, em estado original, como se pode ver na imagem seguinte.

O número de bicicletas antigas disponíveis também era considerável, sendo possível comprar modelos tipo pasteleira; dobráveis; choppers; BMX; de corrida e de passeio - tanto para adultos, como para jovens e para crianças.

Como vem sendo norma, a Automobilia Ibérica da Moita continua a ser um local de encontro de entusiastas, de coleccionadores, de compradores e também de curiosos, o que faz com que se possa conversar e trocar ideias sobre tudo o que está relacionado com veículos antigos.

Na parte de fora dos pavilhões é sempre possível ver veículos antigos estacionados, muitos dos quais serviram para a deslocação do seu proprietário, ao mesmo tempo que rodam, evitando avarias por falta de funcionamento.

Entretanto começou a contagem decrescente para a Automobilia Ibérica da Moita 2026!

Camas (com rodas) 361 e 360 + banheiras 201 e 202 - Catálogo Sóbrinca - Capa com estrelas

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Uma ampla gama de produtos pode ser uma forma de garantir a saúde financeira de uma empresa, e a Sóbrinca parecia seguir essa filosofia nos primeiros tempos de existência.

No Catálogo Sóbrinca - Capa com estrelas temos uma prova do que é dito, pois por entre carrinhos de bebé; triciclos e bicicletas, surgem algumas camas (com rodinhas). Nas imagens vemos dois dos modelos, o 201 e o 202.

Estas são em metal (cromado e/ou anodizado), com laterais móveis e desmontáveis.

Na mesma publicação aparecem também fotos de banheiras (que estão fora do âmbito temático deste blogue, mas que são uma informação que temos de partilhar, de modo a que se perceba a publicação onde estão inseridos). Estavam disponíveis em azul claro e em rosa...

Folheto motor Casal M 152

Complementamos a informação técnica sobre o motor Casal M 152 com a divulgação deste folheto a cores (de impressão mais recente), depois de termos divulgado o Manual de Instruções para Desmontagem e Montagem dos Motores Casal M-148, M-149, M-151, M-152 e M-153 e do Catálogo de Peças Sobressalentes dos Motores Casal M151, M152 e M154.

Neste motor vemos as tampas pintadas de preto e a marca Casal, bem como 2 elementos horizontais em cinzento (do metal). O motor Casal M152 tinha 4 velocidades, estava equipado com carburador Bing 1:17 e era arrefecido por turbina de ar.

Autocolante bicicletas The Colossal

Ao ver um autocolante de testa de bicicleta com as indicações The Colossal RV Supreme England podemos ficar com a ideia de que se trata de uma marca estrangeira, mas não!

As bicicletas The Colossal eram vendidas por Manuel Rodrigues da Silva, dos Armazéns Omega, de Sangalhos. Por isso podemos ver as letras RS (de Rodrigues da Silva, por baixo do cão, ou raposa, que se vê a dar um salto.

No caso deste emblema é um autocolante antigo e é impresso sobre plástico transparente.

Folheto da motorizada SIS Sachs Fuego

Neste folheto antigo podemos ver que as motorizadas SIS Sachs Fuego tinham dois esquemas decorativos que eram diferentes, situação que nem sempre se observava noutros modelos / marcas, pois a tendência era para só se mudarem as cores da pintura e dos autocolantes.

Na parte de trás, de um lado, viam-se as características do motor Sachs 50 S, com 49 cc e de 5 velocidades. Do outro lado, viam-se as características da motorizada que podia ser vendida com rodas com raios simples ou com jantes especiais.

Havia ainda espaço para 3 desenhos técnicos da vista lateral, da vista de frente e da vista de trás, com as respectivas medidas. No desenho da motorizada SIS Sachs Fuego vista de lado há legendas que indicam os materiais usados em diferentes componentes, como a carenagem - feita em  fibra de vidro e em fibra de poliéster.

Jipe UMM no Salão Motorclássico 2025

Uma grande marca estava representada no meio de outras marcas de automóveis, em pleno Salão Motorclássico 2025... Falamos da UMM.

Neste evento era possível ver as duas marcas de jipes nacionais expostas e, neste caso, à venda.

Era um jipe UMM 4x4 com capota de lona e com alguns pormenores acrescentados, como é o caso das chapas com textura de folha de oliveira, colocadas na carroçaria, entre a zona do capôt.

A chapa referida estava pintada de preto, bem como as jantes de ferro.

Folheto Macal Troféu AM5/6 Troféu - AM5/6 H2O Troféu

Dizer que os fabricantes nacionais de motorizadas não conseguiam fazer produtos apelativos e de qualidade, é um lugar comum que um ignorante disse e que outro ignorante passou a repetir. E como há muitos ignorantes, que repetem esta ideia, até parece que é uma verdade...

Ao vermos este folheto da motorizada Macal Troféu RVE 50 com facilidade rebate-se qualquer argumento que possa ser invocado sobre a suposta falta de qualidade e de inovação...

Num dos lados do folheto vemos que esta motorizada podia ser vendida com dois tipos de rodas diferentes, um dos quais era com jantes brancas de 3 raios.

Já no verso podemos ver as características as motorizações disponíveis e da motorizada.

Podia ser equipada com motor Macal AM 5/6 (refrigerado a ar), ou com os motores Macal AM 5 H20 ou com o Macal AM 6 H2O, refrigerados a água.

Em relação ao quadro é referido que era mono-trave e com duplo berço.

A suspensão traseira tinha braço oscilante com mono amortecedor a gás e a suspensão dianteira tinha travão de disco com 220 mm de diâmetro.

Havia ainda dois desenhos técnicos da motorizada, ajudando a perceber as dimensões que tinha.

Bicicleta Órbita Crosse - Motorclássico 2025

Se o mundo dos veículos com 4 rodas fabricados em Portugal esteve muito bem representado no Salão Motorclássico 2025, já no que diz respeito aos veículos de duas rodas fabricados em Portugal, não podemos dizer o mesmo.

Ainda assim era possível ver esta bicicleta Órbita Crosse, com três velocidades da Sturmey Archer pintada de vermelho e com o guarda-corrente também em vermelho.

Para além de estar em exposição, também podia ser comprada, pois havia indicação de que estava para venda.

Folheto atomizador Famel Turbo

Os mais atentos estarão a pensar "Mas isto não tem rodas... O que é que faz no Rodas de Viriato?!...".

Sim, esta publicação foge a um dos critérios editoriais, mas como é um atomizador Famel, tem de constar neste blogue - pois este folheto antigo ajuda a perceber a dimensão e a variedade da gama de produtos da Fábrica de Produtos Metálicos Famel, em Águeda.

Como podemos ver na parte da frente, os motores Zundapp foram colocados ao serviço da lavoura pela Famel, neste atomizador Famel Turbo!

Curiosamente a Famel não foi a única marca de motorizadas a ter um produto assim, pois a Casal também teve um atomizador na sua gama de produtos.

No verso podemos ver as características técnicas em 3 línguas diferentes.

O motor Zundapp usado era o modelo 101, com 49,9 cc que debitavam 2,2 cv às 5600 rpm.

Tinha capacidade para 10 litros de calda e para 2,2 litros de combustível (2 litros de tratol e 0,2 litros de gasolina).

Automóvel Edfor na Rampa do Gradil em 1952

Passam 75 anos desde que estas fotografias foram captadas.

São daqueles artigos (ainda mais) especiais com que temos a sorte de nos cruzar. E dizemos isto porque numa delas vemos o automóvel Edfor durante a participação na Rampa do Gradil, perto de Mafra, no ano de 1952. 

Consta que o piloto do automóvel Edfor era Harry Rugeroni (?), que era o representante da Rolls Royce em Portugal. O mesmo piloto terá participado na Rampa da Pena, no ano de 1951 e depois na Rampa do Gradil, em 1952.

Ambas as provas eram do Campeonato Nacional de Rampa, que foi organizado pelo Automóvel Clube de Portugal.

O facto de o Edfor ter sido usado numa prova automóvel mais de 12 anos depois de ter sido fabricado, demostra que continuava uma máquina competitiva.

No verso das fotografias é possível ver escrito "Rampa do Gradil (Mafra) 16 de Março de 1952".

Em relação à segunda fotografia, agradecemos a quem souber de que automóvel se trata, que deixe comentário com a informação.

Cartão de visita de vendedor da EFS - Motobil

Já temos um bom grupo de cartões de visita de antigos vendedores de veículos fabricados em Portugal.

No caso do que divulgamos hoje, é do vendedor Jorge Figueiredo, da E.F.S. - Motobil, Comércio de Ciclomotores, Lda.

Este tem a curiosidade de ser dobrado, tendo na parte interior a referência a "Somos uma equipa unida para o servir". Na outra página tem referência a 4 motorizadas: a Motobil Zundapp Cross de 5 velocidades; a Motobil Zundapp Record de 4 e de 5 velocidades; a Motobil Zundapp Sport de 4 e de 5 velocidades e à Motobil Zundapp GTS de 4 e de 5 velocidades. Cada uma das motorizadas referidas tem uma frase que a descreve.

Como a morada da Motobil consta na parte de dentro do cartão, na parte de trás tem o número de telefone em letras de tamanho garrafal. 

Reportagem Salão Motorclássico 2025 (2/2)

Se na anterior publicação sobre o Salão Motorclássico 2025 demos mais destaque a tudo o que era relacionado com a temática do Rodas de Viriato (os veículos fabricados em Portugal), hoje apresentamos uma visão mais geral sobre este evento.

No edifício principal da Cordoaria Nacional sucediam-se as viaturas antigas, que eram iluminadas por uma série de luzes que fazem lembrar a parte final das linhas de montagem das fábricas de automóveis.

Em termos de espaços, este ano registámos uma diminuição da área ocupada por expositores, clubes, instituições e por vendedores. Mas como "quantidade", não quer dizer "qualidade", quem visitasse o Motorclássico pela primeira vez não sentiria nada de estranho.

No que diz respeito a viaturas, em termos do que estava exposto e para venda, pareceu que se está a assistir a uma ligeira mudança, predominando veículos e artigos destinados a um segmento de clientes mais exigente e com mais disponibilidade financeira. Com isto, os chamados "clássicos populares" estavam em minoria.

É normal que quando se mostra algo, que isso seja especial. O que muitas vezes está ligado ao factor raridade, que por sua vez pode estar ligado ao valor monetário. Ainda assim era possível ver viaturas que povoam o imaginário de muitas pessoas, como as viaturas militares ligadas à 2.ª Guerra Mundial.

Já na parte dos artigos de colecção, havia artigos para todos e para todos os preços. As miniaturas estavam presentes em força, mas também havia muitos livros e catálogos; brinquedos; porta-chaves; chapas antigas e peças de vestuário - entre outras coisas.

Paralelamente às exposições e às vendas, também houve várias iniciativas (como as descritas na anterior publicação sobre o Motorclássico 2025) e outras que aparentemente não estavam programadas, como a reparação do automóvel Bugatti que vemos na imagem anterior. Presenciar o trabalho realizado numa viatura assim, não é todos os dias que acontece.

Fica a expectativa de como será o Motorclássico 2026 e entretanto vamos contando os dias que faltam para o próximo evento!