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2016/01/20

Fotografia antiga com automóvel DM em 1974 / 75


É sempre bom quando constatamos que as nossas publicações dão origem a novas informações que contribuem para a história do automóvel português.
Na sequência das imagens do automóvel DM que esteve em exposição no Museu do Caramulo recebemos esta fotografia captada em 1974 ou em 1975, em Leça da Palmeira. Comparando esta imagem com as do DM já restaurado, vemos que há algumas diferenças entre os dois carros. O que é natural, pois o restauro de um veículo que foi sendo alterado, é sempre complicado do ponto de vista da "originalidade". Neste caso ainda mais complicado é, pois o automóvel teve uma configuração diferente ao longo da sua vida, alegadamente em resultado de um acidente ocorrido em 1952 que justificou a criação de uma nova carroçaria.
Como suporte ao que escrevemos, consultámos o livro "Circuito da Boavista - Velocidade na Boavista" de José Barros Rodrigues. Neste livro é referido que a marca de automóveis DM chamou-se inicialmente Dima, mas para evitar confusões com o modelo Dyna da Panhard, mudou a sua designação, passando a designar-se pelas iniciais do nome de Dionísio Mateu, fundador da marca em 1951.
Nesse mesmo ano a marca participou no 2.º Circuito Internacional do Porto / I Grande Prémio de Portugal, com o DM com matrícula NP-12-35, com o Dima com matrícula LF-11-52 (que esteve na origem do que aparece na imagem que antecede este texto) e outro com matrícula NT-10-63; tendo conseguido vencer a classe nos 1100 cc. Os pilotos foram Elísio de Melo, Júlio Simão e Corte-Real Pereira.
No II Grande Prémio de Portugal em 1952, a marca teve três pilotos em prova, Corte-Real Pereira, Elísio de Melo e Joaquim Filipe Nogueira. O primeiro piloto voltou a ganhar a classe de 1100 cc.
Em 1953 no IV Circuito Internacional do Porto / 3.º Grande Prémio de Portugal; na I Taça Cidade do Porto a DM participou com 5 viaturas, pilotadas por Elísio de Melo no DM com matrícula RR-13-72, por Duarte Lopes no DM com matrícula NP-12-35, por José Ferreira Baptista no DM com matrícula LF-11-52, por Júlio Simas no DM com a matrícula NT-10-63 e por Ferreira da Silva no DM com matrícula NS-12-39.
No ano de 1954 na II  Taça Cidade do Porto a DM participou com 3 automóveis, pilotados por Albino Correia Lobo no DM com a matrícula LF-11-52, por Menezes Peixoto no DM com matrícula NT-10-63 e Ferreira da Silva (na parte do texto do livro já referido, é indicado este piloto, mas na zona com as tabelas com resultados, é indicado que participou com um automóvel FAP...)
A fotografia foi-nos gentilmente enviada por José Figueiredo (obrigado pela colaboração!) que aparece na foto ao volante do DM na marginal de Leça da Palmeira, no ano de 1974 ou de 1975.
Do que se lembra, e passados mais de 40 anos, o carro que aparece na foto a preto e branco, seria de cor verde escuro e o interior claro, branco ou creme. O automóvel DM apresentava algumas mazelas frontais, entretanto em reparação no pintor.
Segundo José Figueiredo, na altura este automóvel de competição teria sido adquirido nos anos 70, nas, ou através das "Oficinas Palhinhas" no Porto, pelo seu jovem amigo Duarte Nuno Carvalho, também ele natural e residente em Leça da Palmeira, na altura com vinte e poucos anos de idade.
Mas a este automóvel estão associadas outras memórias que não são só as das corridas e da competição. Tragicamente o então proprietário (Duarte Nuno Carvalho) foi assassinado a tiro pelo seu senhorio à porta da sua residência alugada em Labruge, em contexto do "PREC" no Verão de 1975, precisamente no dia do Circuito de Vila do Conde onde iriam assistir às corridas, que na altura eram a sua paixão juvenil. Depois foi perdido o paradeiro do carro, que alegadamente estaria guardado em garagem da família e entretanto adquirido e restaurado por António Cardoso Lima.

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