Na longa caminhada pelo reconhecimento e valor do que foi, e é, a história dos veículos fabricados em Portugal, muito pode e deve ser feito.
Quando o
Rodas de Viriato iniciou a sua atividade divulgadora destes veículos no ano de 2006, muito havia por fazer na Internet e mais ainda no mundo real. De entre os variados tipos e marcas de veículos, foi no mundo das motorizadas que mais se sentiu a necessidade da criação de um museu, de modo a esclarecer muitos pormenores desconhecidos.
Se havia quem dissesse que se devia fazer um museu das
motorizadas portuguesas numa das antigas fábricas, havia quem dissesse que o mesmo deveria ser numa das localidades a que elas estão associadas. E havia ainda quem dissesse que esse museu deveria estar ligado a um outro museu já existente (não por se pretender aglutinar recursos e dar expressão à dimensão deste passado, mas por se considerar que esse museu poderia ter interesse neste mundo).
Entretanto surgiram
exposições (o Rodas de Viriato organizou e montou as exposições
Início da Indústria de Ciclomotores em Portugal;
Alguns dos 100 anos da EFS e
A Pedalar) e
livros relacionados com as
motos antigas portuguesas, permitindo a sistematização de conhecimento sobre o tema e a criação de contactos de diferentes pessoas e entidades que podiam dar aso a outros projectos.
Mas a criação de um museu era uma realidade que demorava a ganhar forma e a ser concretizada, até que este ano abriu o
Museu Duas Rodas - M2R, no Centro de Alto Rendimento de
Anadia / Velódromo Nacional de
Sangalhos.
E o
Rodas de Viriato lá teve uma boa desculpa para ir até ao concelho de Anadia, a uma zona cujo nome está associado a vinhos, mas também a bicicletas e a motorizadas.
Para visitar o Museu Duas Rodas - M2R é conveniente fazer uma marcação prévia, pois o mesmo está instalado no corredor exterior da pista do Centro de Alto Rendimento de Anadia / Velódromo Nacional de Sangalhos. Como há motorizadas, motos e peças expostas sem estarem protegidas por um vidro, a visita é feita por uma guia que vai falando sobre o que está exposto e ao mesmo tempo garante-se que não há furtos ou danos no que está exposto.
A planta do museu tem uma forma oval, pelo que foi criado um percurso com várias "estações" em que é explicada a evolução desta indústria local, mostrando bicicletas, motorizadas, motos, triciclos; bem como uma série de coleccionáveis, documentários e até algumas propostas tecnológicas com realidade virtual.
A visita tem a duração de aproximadamente uma hora e pela variedade do que está exposto, podemos dizer que é recomendada para todas as faixas etárias (como é conveniente num museu...).
E já que falámos do que vimos no museu M2R sem fazer referência às fotos que acompanham este texto, fiquem a saber que na fotografia seguinte vemos uma experiência de realidade virtual em que é possível montar uma
SIS Sachs V5 pegando "virtualmente" nas principais peças desta motorizada com a mão.