Quando se visita o Jardim Zoológico de Lisboa vê-se uma comunidade de macacos (ou de outros "primatas") que está num espaço rodeado de água. Deste modo os animais não saem do local, pois têm medo de atravessar a água e a instituição que os exibe não tem de os prender, usando redes ou gaiolas.
No dia em que se assinala mais uma comemoração do
25 de Abril de 1974, é assim que iniciamos esta publicação, em que apresentamos a (nossa) 2.ª parte do
Manual de Peças do Blindado Chaimite 4x4 enquanto fazemos algumas considerações sobre liberdade - tema diretamente relacionado com este
blindado fabricado em Portugal.
Retomando a conversa sobre os macacos para estabelecer uma analogia com a liberdade que nos é imposta. Ao longo dos anos fomos levados para uma vida supostamente em liberdade, mas onde não passamos de escravos livres e sem grilhões, ao serviço de grandes empresas e dos interesses de outros escravos (que por mandarem noutras pessoas, pensam estar numa situação diferente).
Para além das amarras impostas, também há as que colocamos voluntariamente. Basta pensar na questão da democracia, que assim que é questionada, logo alguém diz: "Pode ter muitos defeitos e problemas, mas de todos os sistemas, é este onde quero viver!".
O expoente máximo deste tipo de conversas são o país que se declara ser a referência mundial em termos de liberdades; país esse que impõe a sua vontade e interesses de duas formas: pela força, recorrendo às armas; ou pela propaganda, apresentando argumentos para convencer quem ainda não se convenceu (mesmo que sejam argumentos falsos).
A liberdade de expressão acaba por ser perversa, pois também ajuda muito à falta de liberdade efectiva. Quem quiser pode dizer o que acha, na maioria das vezes sem saber do que está a falar, ajudando à confusão. Todos achamos que percebemos muito de direita e de esquerda, mas poucos efectivamente percebem e muito menos entendem que não ficaremos melhor enquanto se dividir a realidade em dois polos, que se tocam! Se não vejamos: o que têm em comum um regime de extrema direita e um regime ditatorial de esquerda?
Resposta: o uso da violência para resolver problemas; as atitudes autoritárias perante os cidadãos; o ódio em relação a minorias (seja de origem étnica, cultural, religiosa, de orientação sexual...), tendo como base uma zona geográfica. A única diferença é que num parece que estaremos na tal ilha do jardim zoológico e no outro estamos numa jaula ou presos com recurso a redes ou muros.
Pode parecer estranha a questão da "zona geográfica", pois o
Rodas de Viriato segue esse princípio que funciona unicamente como baliza para a linha editorial.
O blindado
Chaimite permitiu-nos chegar ao ponto em que estamos, tendo cada um de nós, como indivíduo ou como coletivo lutar pelos valores em que acreditamos, de preferência valores universais - valores seguidos neste blogue, como o livre acesso à informação, a melhoria das condições de vida das pessoas, a coragem para ir mais além, a responsabilidade por tornar o mundo melhor.
E com tudo isto acabámos por não falar do manual de peças do blindado Chaimite, uma peça que permite perceber o profissionalismo da
Bravia, sendo feito de forma detalhada, com esquemas, imagens e fotografias, de modo a fazer com que os blindados pudessem ser mantidos correctamente.
Nele constam uma série de fotografias do blindado
Chaimite V 400, fotos essas que não aparecem na Internet ou em livros da especialidade. Mas como temos liberdade para as mostrar, aqui ficam elas!
As algemas mais difíceis de abrir, são as algemas da liberdade!
Solta-te das tuas!
25 de Abril sempre!