2008/09/10
UTIC ATF LIPTON
Nestas coisas do dia-a-dia, para além de se esperar pela OPORTUNIDADE de uma vida, parece que o factor sorte também conta - Factor a que muitos chamam de "nascer com o cu virado para a lua".
Há ainda quem faça como o bêbedo (da anedota) que estava sentado no meio da rua e que dizia "a minha há-de passar... a minha há-de passar...", entenda-se que, como tudo "andava à roda", optou por se sentar e esperar que a sua casa passasse, para depois se dirigir para dentro dela - Em vez de andar à cabeçada em postes, sinais de trânsito, portas, etc. o melhor era ficar quietinho e só fazer algo no momento oportuno.
Certamente haverá muitas outras histórias ou anedotas que bem podiam ilustrar aquilo de que hoje vou falar, mas à falta de gasóleo nos neurónios, o melhor é passar directamente ao cerne da questão, caso contrário (por acaso até é o que está a acontecer...), parecerei um daqueles jornalistas que têm de escrever alguma coisa e acabam por só encher chouriços e nada dizer de relevante, chamando sub-repticiamente "mentecapto" ao leitor e, chamando-se sub-repticiamente a si próprio de "vendido por 2 tostões" (compreendo que têm de ganhar a vida, mas assim é que não, pois todos ficam a perder).
Voltando ao assunto sobre o qual pretendo falar...
Penso que o autocarro que aparece na imagem desta publicidade da Lipton (empresa com tradição de utilizar veículos nacionais nas suas publicidades - refiro-me ao vídeo com o jipe UMM amarelo) é o autocarro Guy ex-Auto Transportes do Fundão.
Se para além de ser o autocarro que penso que é, então poderei dizer que ele já passou por muito para finalmente brilhar.
Digo isto porque se não estou em erro, este autocarro esteve ao sol, à chuva, ao vento durante muito tempo numa mini-sucata junto à "Garpan" no Fundão. Para além de sofrer à conta do clima, também sofreu à conta do homem, pois teve uma placa publicitária no tejadilho, onde (provavelmente) se anunciavam o nome da "mini-sucata" ou "mini-stand" e os contactos do respectivo proprietário... Tudo isto depois de ter servido durante muitos anos nas estradas da Beira Baixa...
Até que foi descoberto por alguém (mais uma vez digo "provavelmente") e recuperado pelo clube que o possui.
Acontece que depois do que foi descrito, este autocarro, devido às suas linhas, ao seu estado de conservação, ao seu tamanho, virou estrela de televisão. Do que tenho conhecimento, já participou na série "Conta-me como foi" (ou "Conta-me como era"...) e agora no vídeo de promoção da Lipton.
Se na série de televisão só lhe foram acrescentadas umas letras de uma marca de uma empresa de camionagem, no vídeo da publicidade as alterações já foram um pouco mais longe, tendo-se pretendido simular os autocarros africanos/indianos cheios de elementos decorativos e de pinturas pouco recomendadas aos monocromáticos cidadãos dos países ditos desenvolvidos (o desenvolvimento das sociedades modernas parece tirar a cor a tudo o que nos rodeia, com excepção da cor do dinheiro que está pintada por toda a parte).
E pronto, tudo isto para falar do historial do autocarro e da vida que leva...
Note-se que, segundo informações recolhidas algures na Internet, o autocarro em questão foi construído na oficinas na Auto Transportes do Fundão, segundo um projecto da UTIC. Note-se ainda que a certeza da relação dos factos aqui relatados é tão sólida como um pequeno galho de uma árvore - quando está só é facilmente quebrado, mas quando está num conjunto não há quem o quebre...
Publicada por
Viriato
à(s)
22:57
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