A ferrovia seguiu o mesmo caminho. Para quê ter comboios, carruagens, vagões, furgões? Sorefame fechada que, soube-se mais tarde, o caminho não é o de ferro, mas sim o do turismo.
Agora somos mais livres, já não temos a ditadura política. É bom saber que posso escolher o meu fornecedor de energia eláctrica, desde que seja a EDP... Que posso escolher o fornecedor de TV por cabo + telefone + Internet que me fica mais em conta - as diferenças de preços são enormes... Que... Que... Que posso encontar a mesma loja "X" no centro comercial de Lagos, de Évora, de Portalegre, de Torres Novas, de Leiria, de Coimbra, de Vila real e de Caminha... Que... Que... Que se podem construír estádios para um evento concreto e depois já não servem para nada... Que as auto-estradas não são uma opção, mas uma obrigação - não há percursos alternativos!
Etc, etc, etc...
Aos que fizeram o 25 de Abril, muito obrigado!
Aos que teimam em produzir (e não é só "rodas nacionais"), muito obrigado!
Aos gestores (dos bancos, das PT, das Secil, das Sonae, das EDP, etc...), cuidado! Nacional só a pensar nos números que os accionistas vão ganhar, aqui não tem lugar! Serei o primeiro a atirar a pedra que vos vai fazer cair pelo chão.
As máquinas, enquanto prolongamento do homem, também entraram neste acontecimento denominado de "Revolução dos cravos". De todas elas, o blindado Chaimite foi quem mais destaque teve. Aqui fica uma sugestão de exploração de um site com imagens e textos que todos devem conhecer!
Site do dia:
- Associação 25 de Abril
Destaque para os vídeos:
- Chaimite Bula encosta ao portão do quartel da GNR
- Saída de Marcelo Caetano do Quartel do Carmo
2 Comentários
Apreciei muito este seu texto. Mesmo tendo nascido uma decada depois do acontecimento vejo que muita da dita "liberdade" é na verdade fogo de vista e que a nova ditadura não é ideológica mas sim enconómica. Não sou anti-capitalista, do genero do BE mas acredito que este sistema ficou deturpado por quem depois do 25 de Abril decidiu tomar o poder, pela nossa propria mão acrescente-se.
Enfim, fundemos as nossas esperanças no adágio de que, não há males que durem para sempre...
Anónimo: O problema é que isto em que vivemos desde 1974 não é capitalismo, nem socialismo, nem nada de consubstanciado: é apenas oportunismo.
Revejo-me muito neste post. Mas não esqueçamos as responsabilidades dos "desgovernados". É a ignorância e a passividade (ou melhor, cobardia) destes que permitiu que se chegasse até aqui.
O que aconteceu à indústria de duas rodas retrata bem isto: acabámos com uma área de excelência, e empobrecemo-nos pensando que estávamos a ficar mais ricos.
A solução não está nas Chaimites saírem outra vez dos quarteis: está em nós sermos exigentes e em darmos nós próprios o exemplo. E em não desqualificarmos o que é nacional, só porque é nacional.